quinta-feira, 26 de setembro de 2013

The Dead Rocks Na Crista do Surf Music!!! da Serie: Drive In Sessions!

Dando continuidade ao projeto Drive In Sessions, vou ter o imenso prazer de escrever sobre uma baita banda de Surf Music, o Dead Rocks, banda que inaugura (junto com o The Mullets Monster Mafia) a nova casa de shows Ozzie Pub.
Como muita gente, eles começaram sem muitas pretensões, mas diferente de muita gente foram até o topo do estilo abraçado. Tocaram “no estrangeiro”, lançaram um bom numero de álbuns (em vinyl e digital) e nunca perderam o estilo, pelo contrario, entendo que criaram uma escola.
Mas tudo isso e muito mais você vai descobrir na nossa entrevista com Marky, o Sr. das baquetas no Dead Rocks...


A Go Go: Bem como é a estreia de vocês aqui no Loco A Go Go, vamos passo a passo...Como a banda se formou, quando, onde e como decidiram fazer Surf Music?
Marky (Dead Rocks): Começamos em São Carlos em março de 2002, com o intuito de fazer rock instrumental, mas em pouco menos de um ano já estávamos tocando só surf music instrumental. 

Dead Rocks (Fonte: site da banda)
A Go Go: Vocês estão sempre elegantemente trajados para seus concertos, como foi a concepção disso, vocês que escolheram o figurino ou tem uma estilista que dá apoio ao Dead Rocks?
Marky (Dead Rocks): Começamos com ternos díspares meio que na onda MOD, mas depois de alguns anos resolvemos produzir nossos próprios figurinos e acabamos nós mesmos desenhando e escolhendo as cores e tratamos de arrumar um bom alfaiate à moda antiga para costurar nossos ternos.


A Go Go: Bem vamos agora aos instrumentos... falem um pouco deles, cada um do seu, se existem peculiaridades, é o ideal ou ainda sonham em ter outros ???
Marky (Dead Rocks): Atualmente Paul e Johnny são “endorsing” da Dipinto Guitars, uma marca de guitarras de Filadelfia nos EUA que nos dá apoio desde 2006, Johnny usa dois amplificadores de guitarra diferentes, um Twin Reverb orginal e um Ampeg, Paul usa um Ampeg para o baixo. Eu uso um kit de bateria pinguim dos anos 70 customizado. Acho que já temos instrumentos suficientes para fazer shows e gravar discos obtendo os timbres que são característicos ao estilo.

A Go Go: Ohhh, nem fizemos as formalidades básicas... apresentem-se , nos contem o que cada um toca na banda.
Marky (Dead Rocks): Eu sou o Marky Wildstone, toco bateria, Paul Punk toca o contra-baixo e Johnny Crash a guitarra elétrica.

A Go Go: Já pensaram em introduzir um Ukelele no The Dead Rocks???
Marky (Dead Rocks): Em 2010 eu estive na Itália, onde fui buscar uns compactos em 7” que havíamos produzidos e nesta ocasião trouxe um Ukulele para o Johnny e desde então ele vem estudando e tocando em algumas ocasiões, acho que existe a possibilidade do The Dead Rocks vir a ter alguma faixa com Ukulele, acho uma ótima ideia. 

A Go Go: Hoje vocês são uma banda renomada no circuito Surf tanto no Brasil, quanto no mundo, mas imagino que isso não tenha sido do dia pra noite... como foi sair dos pequenos bares do interior paulista para o circuito internacional?
Marky (Dead Rocks): Já nos apresentamos na Argentina, na Itália, Bélgica, França, Inglaterra, Alemanha e Luxemburgo além de 17 estados brasileiros, o trabalho foi árduo, sem dúvidas, mas natural, creio que o procedimento tenha sido trabalhar de forma profissional, ter um show que possa ser adequado a diferentes tipos de eventos, shows e públicos além de estar sempre bem posicionado na internet e nos festivais espalhados pelo Brasil.

A Go Go: Quais os shows mais legais que vocês fizeram, um daqui da terrinha e um da gringa...contem por que escolheram esse e especifico.
Marky (Dead Rocks): Fora do Brasil creio que tenha sido em Liége, na Bélgica onde nos apresentamos dentro de um bar. Na verdade era um barco que ficava ancorado na beira do rio e que lá funcionava um bar, demoramos muito tempo para encontra-lo já que o GPS nos apontava uma rua e não imaginávamos que fosse um barco apoitado na beira do rio. Chegamos um tanto atrasados ao show mas depois que tudo montado o show foi muito comemorado por todos e o clima foi enlouquecedor. No Brasil creio que tenha sido um show que fizemos no bar AOBRA em BH em 2005 durante o Festival Campeonato Mineiro de Surf, éramos uma banda totalmente desconhecida e estávamos com um show afiadíssimo, foi muita energia e tivemos um retorno muito bacana.

A Go Go: Vocês tem uma serie linda de discos...discorra sua discografia. Desse um bom numero é em vinyl...pq essa opção?


Marky (Dead Rocks): A ideia era poder lançar tudo em vinil mas tivemos alguns problemas com a fábrica brasileira que recentemente volto a funcionar, a ideia é continuar lançando discos em vinil porque acreditamos que seja o melhor formato, a melhor mídia, para se ouvir surf music, garage rock e rockabilly. Sempre gravamos nossos discos da forma que desejamos e tivemos apoio da Monstro Discos para o lançamento, o primeiro International Brasilian Surfs gravamos em SP com o Clayton Martins, baterista e amigo da banda que foi da formação original do grupo OS OSTRAS e que atualmente toca com o Cidadão Instigado, Detetives e outros grandes nomes da música brasileira. 



O Ep Tiki Twist, que depois viria a ser lançado em CD, foi gravado aqui em São Carlos e lançado originalmente em vinil. O CD One Million Dollar gravamos aqui em São Carlos e foi mixado em Seattle por Jack Endino, produtor norte americano que trabalhou com Nirvana, Mudhoney e outros grandes nomes do garage rock. O disco foi masterizado na Califórnia pelo grande estudioso, músico e produtor de surf music Phil Dirt. Depois de quase 3 anos em turnê intensa por causa desse disco voltamos pra São Carlos onde gravamos o disco Il Grilletto D'oro, uma paródia aos filmes Spaghetti Western de que tanto gostamos, gravamos em um final de semana de uma forma bem crua e nós mesmo mixamos o disco de formato mono.    

                                   



Nossa o papo tá incrível...mas cabe um sonzinho né?

The Dead Rocks - La Terrible Maldición de Tutankamón (Ao vivo no SESC) 

Fonte : u-tube

A Go Go: Quais as influencias musicais de vocês?
Marky (Dead Rocks): Procuramos ouvir muitas coisas diferentes, todos temos gostos musicais diferentes mas muito abrangentes, Johnny Crash adora cantoras e grupos de jazz, música latina e latinidades, música brasileira e os clássicos do rock dos anos 50, Paul Punk também tem um gosto eclético indo do hiphop ao punk rock, rock de garage e outras coisas, eu também adoro conhecer novas bandas, novos estilos, pesquisar e comprar discos de vinil, é claro que quando pensamos especificamente no conjunto The Dead Rocks procuramos conhecer bandas clássicas de surf music e bandas mais contemporâneas. Música boa você encontra em todos os estilos, tem que procurar com paciência e sem preconceito.

A Go Go: O que vocês ouvem? Nacional e gringo?
Marky (Dead Rocks): Como disse na pergunta anterior, procuramos ouvir um pouco de tudo. 

JOHNNY: Robert Johnson, Big Bill Broonzie, John Lee Hooker, Howlin’ Wolf, Ray Charles, Muddy Water e os roqueiros Chuck Berry, Buddy Holly, Link Wray, Duane Eddy, Eddie Cochram, Hendrix and Stevie Ray...
PAUL: Ramones, Toy Dolls, Dead Kennedys, The Vibrators , Fugazi , MC5, The Stooges, New Model Army, Agent Orange, The Sonics, The Kinks, Television, New York Dolls, Cólera , Ratos de Porão, Os Replicantes, Restos de Nada, Suicidal Tendencies, Black Flag, The Damned, Cock Sparrer...
MARKY: The Beatles, Jimi Hendrix Experience, CAN, Nick Cave and the Bad Seeds, The Cramps, The Ramones, The Clash, Link Wray, Screaming Jay Hawking, Os Mutantes...

A Go Go: Vocês tem um suporte, poderia chamar assim? Da Di Pinto... contem-nos, quem são eles, o que fazem e como isso aconteceu?
Marky (Dead Rocks): Sim, Chris Dipinto é um luthier da Filadélfia nos EUA que produz guitarras e baixos, ele nos apoia com instrumentos para nossas performances ao vivo e para gravação dos discos, conseguimos seu apoio depois de enviarmos nosso trabalho pra ele e conversarmos a respeito das possibilidades, ele gostou do que viu e ouviu e topou.

(N do E) - Só pra vcs se ligarem na força dessa parada!! Los Straitjackets "também" usa Di Pinto. 
Pirou né? Ai vai o site da Di Pinto .

A Go Go: Vocês tem uma vasta experiência, como é a cena surf aqui e no exterior... faça um comparativo pra gente.
Marky (Dead Rocks): Acho que em cada país a cena surf acontece de um jeito, na Itália a cultura surf é bem ligada à cultura vintage, na França o surf music é mais ligada a cena de garage rock, assim também me parece ser em Portugal. Na Inglaterra tocamos em festas de garage rock mas tocamos também em pubs de rockabilly. Na Argentina também se mistura com o garage rock e com o rockabilly. No Brasil o surf music tem diferentes ligações, hora com o rock mais clássico, hora com o garage rock e com o rockabilly e mais recentemente com o psychobilly. Temos uma ótima relação com todos, procuramos curtir todas as cenas e bandas de rock, independente das suas peculiaridades porque no fim estamos todos no underground.

A Go Go: Vocês tocaram em muitos lugares inclusive o antigo CB Bar e agora vão fazer a Avant Premier do Ozzie Pub, que é no mesmo local do CB... dá um toque especial, rola uma nostalgia?
Marky (Dead Rocks): Sem dúvidas, o CB foi uma das casas que melhor nos acolheu na capital paulista, lá fizemos shows memoráveis além de nos apresentarmos ao lado do Daddy-O Grande do Los Straitjackets e participarmos em muitas edições da festa Tiki Twist, que levava o nome de um de nossos discos.

Aos saudosistas (como eu) de plantão um som que rolou no CB (2009) e quem num conheceu, não perca a estreia do Ozzie, se não nunca fará parte da história do nosso underground.




A Go Go: Bem pra finalizar...quais os planos de futuro... Loco A Go Go, queria que fosse um DVD do Dead Rocks... e ai??
Marky (Dead Rocks): Começamos a pre-produção de um novo album que deve sair em 2014, temos também a idéia de lançar um DVD no futuro. Podem aguardar que vem coisas boa por aí. Um grande abraço e muito obrigado pela entrevista.

Bem vamos aos contatos:
Site: The Dead Rocks
Facebook: The Dead Rocks
Myspace: The Dead Rocks

Adoro essa entrevistas com bandas experientes, que sabem o que procuram e com isso chegam lá. Num digo no mainstream mas no top da sua "praia" e que isso sirva de lição a quem ta na luta a pouco ou a muito tempo. Se fizer certinho a parada vira...

Outro lance bacana dessa entrevista foi descobrir outras facetas do Marky a principal delas é editar a revista Sonata. Mas esse Ás vou guardar na manga pra uma próxima matéria bestial do Loco A Go Go!!

Fechando fica um novo convite pra ver o Dead Rocks aqui em Sampa no proximo dia 01 de Outubro, que junto com o The Mullet Monster Mafia vai derrubar tudo na inauguração do Ozzie Pub... se liga...



Flavio Loco Ferraz


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