UAU!!! Loco A Go Go arrebenta e trás mais uma mega entrevista, dessa vez com a banda mais FUZZ do rolê!! Os Pontas de Sorocaba - SP, vão abrir o jogo geral e falam de muita coisa louca e todo tipo de piração... é assim né, tem de ser no melhor estilo Loco A Go Go...e vamos lá LAGG e João Afrânio dos "Pontas" arrebentando!!
LAGG - Vamos pelos primórdios.... como pintou a ideia de montar uma banda e como nasceu Os Pontas?
João Afrânio- Bom, Os Pontas começaram em 2008, quando eu (João Afrânio) e o Alexandre começamos com uma ideia de montar uma banda com uma pegada soul e garage. A gente já tinha tocado junto em outra banda “Bela Abstrata” mas tinha uma proposta de som diferente e também tinha vocais, que era o Alexandre quem cantava e compunha a maioria das letras.
Quando o Belabstrata acabou, nós continuamos tocando, mas com ele no piano e as vezes teclado e eu na guitarra semi acústica. A ideia dos Pontas foi surgindo quando a gente começou a compor e daí foi tomando um rumo. Até então a gente não tinha o "bassman" nem o baterista.
Nessa apareceu o Bruno e o Fábio, que já eram companheiros de outras bandas que a gente teve no final dos anos 90. Enfim, todos os caras dos Pontas se conhecem a mais de 20 anos... Digamos que a banda, antes de tudo, é formada pelos camaradas que se conhecem desde moleque..
Os Pontas |
LAGG- Aliás não dá pra segurar a perguntinha básica... por que “Os Pontas”?
João Afrânio- Os Pontas receberam esse nome e meio que se enquadraram nesse sentido.. No começo era uma ideia de OS Bauretes (pensando nos Mutantes), mas já tinha uma banda com esse nome, daí foi pros Pontas de Bauretes e daí uma nossa amiga Flávia chegou e falou: então põe logo OS PONTAS.
E assim foi determinado o nome da banda, no começo de 2008. E sim, claro, tudo a ver com a marihuana, manga-rosa ou maconha, como é costumeiramente conhecida, mas um fato interessante, que o termo Ponta aqui em Sorocaba, tem como significado a palavra “amigo”. Mas de qualquer modo, cada um pode assimilar da maneira que entender...
João Afrânio- Cara, uma coisa que a gente curte também, são os equipamentos. Nós gostamos de explorar os timbres dos equipamentos. No começo da banda eu troquei minha guitarra por outra HandMade que era uma adaptação de uma Snake com uma Giannini Diamond, e daí comecei meu interesse pelos instrumentos nacionais antigos. Nessa apareceu umas barbadas de giannini valvulado por uma pechincha, e quando eu toquei em um, eu sabia que aquele seria meu equipamento. Esses amps não valem muito em dinheiro (pois pode dar um pau, e você ter que gastar uma nota pra consertar), mas a verdade é que eles são muito bem construídos e são uns tanques de guerra (hoje em dia tem uma inflação muito grande nesses amps...)
Eu tou usando uma Giannini Supersonic 60s com alavanca tremolo e uma Squier Telecaster (as vezes levo umas outras nos shows...a Rickenbacker, a Sonic ou a semi acústica), pedal eu uso um Guyatone Fuzz e um Fender Fuzz\Wah – amplificador eu uso um Giannini True Reverber 6X8 ou o Thunder Sound SL com a 4x12 ou 6x12.
O Alexandre usa um Orgão Tokai Tx5 plus, que é um órgão de produção nacional, novo, que tem características muito marcantes e reproduz com fidelidade os órgãos Hammond. Ele usa num cabeçote de 100W Brabus ( com 4 canais e tremolo ) nacional, que não é produzido mais, espetado em uma 4x12.
O Bruno usa um baixo Jennifer do final dos 70 começo dos 80, com escala clara (diz a lenda que estes baixos eram com captadores de guitarra, mas na verdade, me parecem que são single-coils, dando um som com excessos de graves ou agudos, um baixo muito versátil e com som característico (pô, é um Jennifer – hahahaha), tudo isso ligado num Staner Bs 120, que quem já tocou, sabe qual é a do monstro.
O Fábio usa um conjunto de bateria que ele foi montando a partir de baterias antigas que ele foi comprando os pedaços; o pedal original dessa bateria (a gente ainda tem ele) é de couro, não é de mola como os tradicionais, e as ferragens são oldschool total! Hahahaha
Bom paradinha e vamos ver esses instrumentos em ação e curtir o primeiro sonzinho da banda...
LAGG- Qualifique e quantifique a importância disso na música dos Pontas.
João Afrânio- Na verdade, esses instrumentos a gente foi comprando com o tempo, e como são mais “baratos” foi o que era acessível pra gente. (tirando o Tokai, que já é profissional, então não foi tão barato assim....rs). Agora, o foda é levar esses equipamentos pros shows, então quando dá (um dinheiro para alugar uma van, transporte, etc...) a gente leva, quando não dá, usamos o que as produções oferecem... Mas nas gravações, daí é outra história....
A importância dos nossos equipamentos é o que a gente construiu como banda, eles são os nossos porta-vozes, que no caso, somos uma banda instrumental.
LAGG- Bem, mais acima você fala de sua discografia, que já é encorpada e esse último EP saiu por um selo Europeu, conte-nos como isso rolou? Vocês foram procurados ou foram atrás? Número de cópias, onde foi gravado (estúdio), produtor e se saiu também aqui no Brasil?
João Afrânio- O contato com a Groovie começou no final de 2012 e início de 2013, nessa época a gente mandou uns e-mails e fomos conhecendo o Edgar e arquitetando a ideia de lançar um LP. Mas daí ele sugeriu que lançássemos um compacto com nossas músicas para fazer um “mercado” em cima de nosso som, assim tendo mais base para lançar o LP. O contato foi bem fácil, tendo em vista que se enquadrou no estilo e proposta da gravadora. Eu diria que foi um e-mail certo, na hora certa, para a pessoa certa, e que disso surgiu uma amizade entre a banda e a gravadora.
LAGG- No release da Groovie, está escrito: “É como se Howlin'Wolf estivesse no mesmo palco com Booker T & Mg da, chamando o The Ventures para uma Jam e você terá uma ideia de quem são Os Pontas.” Caracas, vocês tão com essa bola cheia mesmo??? Manda uma auto analise ai pra galera....
João Afrânio- É complicado quando alguém fala que você parece um artista ou outro. Na verdade, para gente foi uma surpresa a maneira na qual eles “compreenderam” nosso som. Não acho que estamos com a bola tão cheia assim, mas para nós foi um elogio feito por quem entende de música e tem um interesse por trás da nossa arte. Mas te digo, rs, que alguns “puristas do rock” não ficaram muito contente com esta comparação, mas também não tiveram coragem de falar na nossa cara... mas, fazer o quê? A gente esta aí para fazer música e ver as cinturinhas das gatinhas de remexerem... hahaha. O “Surf Monstro” foi lançado em dezembro de 2013 na Europa e no Brasil em janeiro de 2014. Foram 500 cópias no total, e atualmente temos umas 50 em mãos (daqui a pouco acaba)...
QUER COMPRAR O SEU?????
Contacte a banda, ai vai o Facebook deles: OS PONTAS
Pode ir firme que esse som o Loco A Go Go "GARANTE"
LAGG- Podemos considerar o EP “Surf Monstro” a previa de um álbum completo.... existe algo na manga?
João Afrânio- O “Surf Monstro” a gente considera uma compilação da nossa história como banda. E sim! Nós temos um álbum com 12 faixas inéditas gravado, estamos em fase de produção e estamos com os contatos prontos pro lançamento dele em 2015. Esse álbum nós estamos tentando deixar com uma cara mais “jungle”, “primitive”, trazendo mais percussão e ritmos. Mas é um álbum misturado, com toda a essência musical da banda, navegando pelo surf, fuzz, soul, cha-cha-cha, garage, psych.... É um álbum conceito; e estamos com proposta para lançar 500 copias em vinil e 1000 em Cd, tudo pela Groovie Records
LAGG- Com esse pé na Europa uma tour na gringa é uma possibilidade, algo marcado?
João Afrânio- Estamos com uma data reservada num festival de música instrumental na Itália, em janeiro de 2016, e estamos com uns contatos quentes para passar pela Inglaterra, França, Espanha, Portugal, Bélgica, Holanda, Alemanha.... Atualmente estamos numa fase para fazer um bom público por aqui no Brasil, Estados como: RJ, MG, PR, SC, RS, GO, ES, estão na nossa mira e nos contatos. Então vamos construir uma base sólida e levantar uma grana para poder custear nossa tour.
Bem ai vai mais um som....
LAGG- Bem se as portas parecem se abrir na Europa, como está aqui no Brasil...vocês tem uma boa quantidade de shows? Conseguem viver só de música?
João Afrânio- Cara, depois do lançamento do vinil, a gente começou a ter mais visibilidade na Europa, muito contato por facebook com outras bandas, bares e produtores, então tem sido bem interessante em ver como estamos começando a ter um reconhecimento fora do Brasil. Mas para nós ainda é inviável em pensar em viver da banda. Todos nós acharíamos isso muito válido, mas não temos como largar nossos atuais empregos para nos dedicarmos apenas à banda. Temos essa ideia de banda muito bem firmada e concreta, mas também temos como pré-condição os nossos empregos e famílias.
LAGG- Bem já que entramos no papo Brasil, queria uma visão da cena “garage” que temos de bom e de ruim... outras bandas, clubes, produtores de shows.... pode discorrer sobre a coisa toda...
João Afrânio- Cara, a cena do “Garage” no Brasil, cada dia que passa venho conhecendo melhor, eu não sabia que tinha tanta gente que curtisse o bom e velho 1-2-3-4, e as batidas clássicas dos amplificadores valvulados, com falantes rasgados e fuzzes no talo. No estado de SP , temos bandas excelentes como o Black Needles, Fuzzfaces, Os Haxixins, Dead Rocks, Os Estilhaços, Hitchcocks, Beach Combers, Mescaline Duo, The Great Munzini, Os Farpas, Os Skywalkers, The Dealers, The Human Trash, Thee Butchers Orchestra, The Biggs, Os Vespas, Jesus & Groupies;.. É tanta banda que dá um branco... . e claro, os monobandas que na qual temos uma grande parceria e são também ícones do Garage no Brasil, como Chuck Violence, The Amazing One Man Band, The Fabulous Go-Go Boy from Alabama, Hitman Oneman Band, Uncle Butcher, Desgraçado e Xtreme Blues Dog. Acredito que a cena do Garage vem tomando mais força cada vez mais, com mais eventos do gênero, as festas com discotecagem, as feiras de discos, isso da um ar novo para as bandas de Garage que tem essa proposta do som cru, simples e sujo.
Vamos pregar fogo numa banda dessa que o João e Os Pontas comentam.... bora com Fuzzfaces
Boa dica??? pra mim, mandaram muito bem.... voltemos ao papo que ta "fera"...
LAGG- E influencias.... que sons vocês escutavam ou escutam que ajudaram nas criações dos sons dos Pontas.
João Afrânio- Cara, a gente ouve tanta coisa, de tanto estilo... Muito Blues do delta do Mississípi, Blues dos anos 50, 60, Garage 60´s em suas maravilhosas coletâneas, muito FUZZ, os cantores do Soul, R&B da Motown & Stax, bandas de Surf Instrumental dos 50´s e 60´s, bastante musica latina & cha-cha-cha. Posso dizer pela banda, que tanto como Artistas Nacionais e Internacionais estão rodando em nossas vitrolas.
LAGG- E novidades.... quando estão no relax... que sons você colocam pra escutar... alguma dica especial pro leitores do LAGG??
João Afrânio- Cara, de bandas novas a gente é ruim... a não ser as bandas dos nossos camaradas, que frequentamos os shows e descolamos os materiais.... uma dica que eu dou é: procurem bandas por estilo ou gênero, se a banda não tem isso definido, um lugar legal pra conhecer bandas é nos sites das gravadoras do gênero que você está interessado, no caso do Garage Punk e Cia, Ex: Crypt Records, Groovie Records, Wowsville Records, Monster Mash Records, DeadByMono Records, GreenCookie Records, tem muitas outras... É onde eu conheço as bandas novas que estão fazendo o som do gênero Garage, Soul, Fuzz, Surf, Psych....
LAGG- Baita entrevista... Loco A Go Go agradece muito e agora fiquem a vontade pra deixar a ultima mensagem aos nossos leitores ou comentar algo que não perguntei... é espaço livre...baixa o sarrafo!
João Afrânio- Galera é isso aí! Foi muito bacana ter trocado essa ideia com vocês! Pra quem quiser comprar o nosso compacto é só entrar em contato com a gente no facebook.com/ospontas e lá a gente troca ideia, marca shows, e faz o fuzz acontecer!
Um grande abraço ao Flavio pelo interesse da entrevista e aos leitores! E é isso aí galera! Muito FUZZ ‘ N ‘ ROLL pra todo mundo!
Abraço galera! FUZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
É isso povo...agora ta ligados em mais uma banda de primeira da cena nacional.... e é pra lembrar ta cheio, mas cheio mesmo de banda boa por ai.... não fique só achando que o que temos é essas bandinhas lixo enfiadas guela abaixo que tocam ai nas rádios FM (as poucas que tocam rock né?)... quer sou bom procure... cave, pesquise... se depender do Loco A Go Go, sempre teremos umas coisinhas novas e bacanas... pra fazer vocês caírem na "vibe".... fique ligado!!
Pra fechar umas informações básicas:
Além do Facebook da banda que já postei mais a cima, tem também o contato do ""braço" brasileiro da Groovie Records: Tiago Lisboa
Os Pontas: Bandcamp dá pra escutar o disco Carga pesada
LAGG- Bem na sequencia informativa... discografia... com nomes, datas, gravadoras, estúdio... liste tudo!!
João Afrânio- Nosso primeiro trabalho foi bem diferente daquilo que estávamos costumados a tocar, uma pegada mais rock n roll, abusando de riffs e licks dos anos 50 e 60, tentando ao máximo, atingir os acordes e os timbres das bandas que estávamos ouvindo. Com 5 músicas a gente de o nome de “Instrumental Garage Soul” (detalhe que lançamos umas 200 cópias e ainda saiu com o nome errado “ Instrumental Garage Soul’ – hahahaha – lançamos ele no extinto bar Berlin na Barra Funda ( Jonas – Black Needles) e no Asteroid em Sorocaba ( Wry ). O álbum foi gravado em 2009 no estúdio MOFO em Sorocaba\Sp.
Logo em seguida, lançamos o EP – “Rua da Penha”, com 3 faixas : “Rua da Penha”, “Baratas do Canhão” e “O último enquadro”. Esse EP foi lançado em 2010 e foi gravado pelo Pêu (Mustachi Estúdio) e Produzido pelo Pêu e Os Pontas.
No mesmo ano, em 2010 a gente gravou mais um EP: “ Madrugada Sem Fim” que foi lançado em 2011. O “Madrugada” também foi gravado no Mustachi Estúdio e produzido pelo Pêu Ribeiro junto com Os Pontas. Com 4 faixas: “Madrugada sem Fim”, “Disparos na Madrugada”, “Av. Carlos Gonzales” e “Garagem”.
O “Madrugada Sem Fim” foi lançada apenas 800 cópias, pois fizemos todas elas em Xilogravura (Artista sorocabana Flavia Aguilera) uma a uma. Estamos pensando em relançar esse álbum prensado em algum selo, estamos com umas conversas na verdade....
Em 2011 entramos no estúdio novamente e gravamos o “Barra Pesada”, álbum que conta com 6 faixas: “Barra Pesada”, “Surf Monstro”, “Drinques Californianos”, “Ponto dos Pontas”, “Erupção” e “Na Luz Verde”. A gravação foi feita no Caffeine Sound Studio, e foi gravado e mixado por Luis Tissot (Human Trash, The Fabulous GoGo Boy From Alabama), Chuck Violence e The Amazing One Man Band. E Foi masterizado pelo Luis Tissot.
O “Barra Pesada” foi lançado apenas em 2013, pois em 2012, estávamos em turnê do “Madrugada”, que passou por 12 cidades do estado de SP e 5 cidades do Rio Grande do Sul ( cerca de 40 shows em 2012)
Os Pontas - Barra Pesada |
O “Barra Pesada” foi lançado apenas em 2013, pois em 2012, estávamos em turnê do “Madrugada”, que passou por 12 cidades do estado de SP e 5 cidades do Rio Grande do Sul ( cerca de 40 shows em 2012)
No início de 2013, fizemos o lançamento do “Barra Pesada” e saímos em tour pelo estado de SP, passando por mais de 10 cidades neste ano e amadurecendo os contatos com algumas gravadoras internacionais.
Em 2014, este ano, fizemos o lançamento da nossa compilação da banda em vinil, num formato de compacto duplo 7’’ 45 RPM pela gravadora de Portugal – Groovie Records, que é comandada pelo Edgar Raposo. Um fato interessante, que foi através de bandas nacionais que fomos firmando o contato com o Edgar, ele já havia lançado bandas como Black Needles e Os Haxixins, que são bandas parceiras e com a característica do som que estávamos fazendo (garage punk, psicodelia, fuzz).
LAGG- Percebi que instrumentos e equipamentos tem muita importância na música de vocês. Hoje que equipo cada um tem? Vocês levam isso pra todos os shows e nas gravações, rola um up grade ou mantiveram o que tinham...Os Pontas - Compilação |
João Afrânio- Cara, uma coisa que a gente curte também, são os equipamentos. Nós gostamos de explorar os timbres dos equipamentos. No começo da banda eu troquei minha guitarra por outra HandMade que era uma adaptação de uma Snake com uma Giannini Diamond, e daí comecei meu interesse pelos instrumentos nacionais antigos. Nessa apareceu umas barbadas de giannini valvulado por uma pechincha, e quando eu toquei em um, eu sabia que aquele seria meu equipamento. Esses amps não valem muito em dinheiro (pois pode dar um pau, e você ter que gastar uma nota pra consertar), mas a verdade é que eles são muito bem construídos e são uns tanques de guerra (hoje em dia tem uma inflação muito grande nesses amps...)
Eu tou usando uma Giannini Supersonic 60s com alavanca tremolo e uma Squier Telecaster (as vezes levo umas outras nos shows...a Rickenbacker, a Sonic ou a semi acústica), pedal eu uso um Guyatone Fuzz e um Fender Fuzz\Wah – amplificador eu uso um Giannini True Reverber 6X8 ou o Thunder Sound SL com a 4x12 ou 6x12.
Squier Telecaster |
O Alexandre usa um Orgão Tokai Tx5 plus, que é um órgão de produção nacional, novo, que tem características muito marcantes e reproduz com fidelidade os órgãos Hammond. Ele usa num cabeçote de 100W Brabus ( com 4 canais e tremolo ) nacional, que não é produzido mais, espetado em uma 4x12.
O Bruno usa um baixo Jennifer do final dos 70 começo dos 80, com escala clara (diz a lenda que estes baixos eram com captadores de guitarra, mas na verdade, me parecem que são single-coils, dando um som com excessos de graves ou agudos, um baixo muito versátil e com som característico (pô, é um Jennifer – hahahaha), tudo isso ligado num Staner Bs 120, que quem já tocou, sabe qual é a do monstro.
O Fábio usa um conjunto de bateria que ele foi montando a partir de baterias antigas que ele foi comprando os pedaços; o pedal original dessa bateria (a gente ainda tem ele) é de couro, não é de mola como os tradicionais, e as ferragens são oldschool total! Hahahaha
Bom paradinha e vamos ver esses instrumentos em ação e curtir o primeiro sonzinho da banda...
LAGG- Qualifique e quantifique a importância disso na música dos Pontas.
João Afrânio- Na verdade, esses instrumentos a gente foi comprando com o tempo, e como são mais “baratos” foi o que era acessível pra gente. (tirando o Tokai, que já é profissional, então não foi tão barato assim....rs). Agora, o foda é levar esses equipamentos pros shows, então quando dá (um dinheiro para alugar uma van, transporte, etc...) a gente leva, quando não dá, usamos o que as produções oferecem... Mas nas gravações, daí é outra história....
A importância dos nossos equipamentos é o que a gente construiu como banda, eles são os nossos porta-vozes, que no caso, somos uma banda instrumental.
LAGG- Bem, mais acima você fala de sua discografia, que já é encorpada e esse último EP saiu por um selo Europeu, conte-nos como isso rolou? Vocês foram procurados ou foram atrás? Número de cópias, onde foi gravado (estúdio), produtor e se saiu também aqui no Brasil?
João Afrânio- O contato com a Groovie começou no final de 2012 e início de 2013, nessa época a gente mandou uns e-mails e fomos conhecendo o Edgar e arquitetando a ideia de lançar um LP. Mas daí ele sugeriu que lançássemos um compacto com nossas músicas para fazer um “mercado” em cima de nosso som, assim tendo mais base para lançar o LP. O contato foi bem fácil, tendo em vista que se enquadrou no estilo e proposta da gravadora. Eu diria que foi um e-mail certo, na hora certa, para a pessoa certa, e que disso surgiu uma amizade entre a banda e a gravadora.
LAGG- No release da Groovie, está escrito: “É como se Howlin'Wolf estivesse no mesmo palco com Booker T & Mg da, chamando o The Ventures para uma Jam e você terá uma ideia de quem são Os Pontas.” Caracas, vocês tão com essa bola cheia mesmo??? Manda uma auto analise ai pra galera....
João Afrânio- É complicado quando alguém fala que você parece um artista ou outro. Na verdade, para gente foi uma surpresa a maneira na qual eles “compreenderam” nosso som. Não acho que estamos com a bola tão cheia assim, mas para nós foi um elogio feito por quem entende de música e tem um interesse por trás da nossa arte. Mas te digo, rs, que alguns “puristas do rock” não ficaram muito contente com esta comparação, mas também não tiveram coragem de falar na nossa cara... mas, fazer o quê? A gente esta aí para fazer música e ver as cinturinhas das gatinhas de remexerem... hahaha. O “Surf Monstro” foi lançado em dezembro de 2013 na Europa e no Brasil em janeiro de 2014. Foram 500 cópias no total, e atualmente temos umas 50 em mãos (daqui a pouco acaba)...
QUER COMPRAR O SEU?????
Contacte a banda, ai vai o Facebook deles: OS PONTAS
Pode ir firme que esse som o Loco A Go Go "GARANTE"
LAGG- Podemos considerar o EP “Surf Monstro” a previa de um álbum completo.... existe algo na manga?
João Afrânio- O “Surf Monstro” a gente considera uma compilação da nossa história como banda. E sim! Nós temos um álbum com 12 faixas inéditas gravado, estamos em fase de produção e estamos com os contatos prontos pro lançamento dele em 2015. Esse álbum nós estamos tentando deixar com uma cara mais “jungle”, “primitive”, trazendo mais percussão e ritmos. Mas é um álbum misturado, com toda a essência musical da banda, navegando pelo surf, fuzz, soul, cha-cha-cha, garage, psych.... É um álbum conceito; e estamos com proposta para lançar 500 copias em vinil e 1000 em Cd, tudo pela Groovie Records
LAGG- Com esse pé na Europa uma tour na gringa é uma possibilidade, algo marcado?
João Afrânio- Estamos com uma data reservada num festival de música instrumental na Itália, em janeiro de 2016, e estamos com uns contatos quentes para passar pela Inglaterra, França, Espanha, Portugal, Bélgica, Holanda, Alemanha.... Atualmente estamos numa fase para fazer um bom público por aqui no Brasil, Estados como: RJ, MG, PR, SC, RS, GO, ES, estão na nossa mira e nos contatos. Então vamos construir uma base sólida e levantar uma grana para poder custear nossa tour.
Bem ai vai mais um som....
LAGG- Bem se as portas parecem se abrir na Europa, como está aqui no Brasil...vocês tem uma boa quantidade de shows? Conseguem viver só de música?
João Afrânio- Cara, depois do lançamento do vinil, a gente começou a ter mais visibilidade na Europa, muito contato por facebook com outras bandas, bares e produtores, então tem sido bem interessante em ver como estamos começando a ter um reconhecimento fora do Brasil. Mas para nós ainda é inviável em pensar em viver da banda. Todos nós acharíamos isso muito válido, mas não temos como largar nossos atuais empregos para nos dedicarmos apenas à banda. Temos essa ideia de banda muito bem firmada e concreta, mas também temos como pré-condição os nossos empregos e famílias.
LAGG- Bem já que entramos no papo Brasil, queria uma visão da cena “garage” que temos de bom e de ruim... outras bandas, clubes, produtores de shows.... pode discorrer sobre a coisa toda...
João Afrânio- Cara, a cena do “Garage” no Brasil, cada dia que passa venho conhecendo melhor, eu não sabia que tinha tanta gente que curtisse o bom e velho 1-2-3-4, e as batidas clássicas dos amplificadores valvulados, com falantes rasgados e fuzzes no talo. No estado de SP , temos bandas excelentes como o Black Needles, Fuzzfaces, Os Haxixins, Dead Rocks, Os Estilhaços, Hitchcocks, Beach Combers, Mescaline Duo, The Great Munzini, Os Farpas, Os Skywalkers, The Dealers, The Human Trash, Thee Butchers Orchestra, The Biggs, Os Vespas, Jesus & Groupies;.. É tanta banda que dá um branco... . e claro, os monobandas que na qual temos uma grande parceria e são também ícones do Garage no Brasil, como Chuck Violence, The Amazing One Man Band, The Fabulous Go-Go Boy from Alabama, Hitman Oneman Band, Uncle Butcher, Desgraçado e Xtreme Blues Dog. Acredito que a cena do Garage vem tomando mais força cada vez mais, com mais eventos do gênero, as festas com discotecagem, as feiras de discos, isso da um ar novo para as bandas de Garage que tem essa proposta do som cru, simples e sujo.
Vamos pregar fogo numa banda dessa que o João e Os Pontas comentam.... bora com Fuzzfaces
Boa dica??? pra mim, mandaram muito bem.... voltemos ao papo que ta "fera"...
LAGG- E influencias.... que sons vocês escutavam ou escutam que ajudaram nas criações dos sons dos Pontas.
João Afrânio- Cara, a gente ouve tanta coisa, de tanto estilo... Muito Blues do delta do Mississípi, Blues dos anos 50, 60, Garage 60´s em suas maravilhosas coletâneas, muito FUZZ, os cantores do Soul, R&B da Motown & Stax, bandas de Surf Instrumental dos 50´s e 60´s, bastante musica latina & cha-cha-cha. Posso dizer pela banda, que tanto como Artistas Nacionais e Internacionais estão rodando em nossas vitrolas.
LAGG- E novidades.... quando estão no relax... que sons você colocam pra escutar... alguma dica especial pro leitores do LAGG??
João Afrânio- Cara, de bandas novas a gente é ruim... a não ser as bandas dos nossos camaradas, que frequentamos os shows e descolamos os materiais.... uma dica que eu dou é: procurem bandas por estilo ou gênero, se a banda não tem isso definido, um lugar legal pra conhecer bandas é nos sites das gravadoras do gênero que você está interessado, no caso do Garage Punk e Cia, Ex: Crypt Records, Groovie Records, Wowsville Records, Monster Mash Records, DeadByMono Records, GreenCookie Records, tem muitas outras... É onde eu conheço as bandas novas que estão fazendo o som do gênero Garage, Soul, Fuzz, Surf, Psych....
LAGG- Baita entrevista... Loco A Go Go agradece muito e agora fiquem a vontade pra deixar a ultima mensagem aos nossos leitores ou comentar algo que não perguntei... é espaço livre...baixa o sarrafo!
João Afrânio- Galera é isso aí! Foi muito bacana ter trocado essa ideia com vocês! Pra quem quiser comprar o nosso compacto é só entrar em contato com a gente no facebook.com/ospontas e lá a gente troca ideia, marca shows, e faz o fuzz acontecer!
Um grande abraço ao Flavio pelo interesse da entrevista e aos leitores! E é isso aí galera! Muito FUZZ ‘ N ‘ ROLL pra todo mundo!
Abraço galera! FUZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ
Os Pontas |
Pra fechar umas informações básicas:
Além do Facebook da banda que já postei mais a cima, tem também o contato do ""braço" brasileiro da Groovie Records: Tiago Lisboa
Os Pontas: Bandcamp dá pra escutar o disco Carga pesada
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